Empresas de Alto Crescimento (EACs) ou scale-ups são organizações que crescem pelo menos 20% por ano em número de empregados assalariados, e mantém esse crescimento por um período de 3 anos consecutivos, tendo pelo menos 10 empregados assalariados.
Ainda assim, as EACs continuam a ser reconhecidas por ter um papel importante na economia brasileira. Mas, afinal, por que as empresas de alto crescimento são parte relevante do mercado? É o que vamos abordar neste post. Então, acompanhe e boa leitura!
O que faz as empresas de alto crescimento serem relevantes no mercado?
De acordo com Camilla Junqueira, analisa e diretora geral da Endeavor Brasil, as scale-ups são especialmente relevantes para gerar empregos altamente qualificados, produtos e serviços inovadores e renda.
E novamente os dados do IBGE (2018) comprovam isso: ainda que sejam cerca de 0,5% das empresas brasileiras em atividade, as scale-ups são responsáveis por gerar 70% dos novos empregos no País.
E, embora esse conceito esteja relacionado a empresas do setor de tecnologia, elas podem ser de qualquer segmento. Para se ter uma ideia, a Endeavor renovou, recentemente, seu programa Scale-Up Endeavor Alimentos e Bebidas, em parceria com a Nestlé e o Grupo Pão de Açúcar. O objetivo do projeto é desenvolver scale-ups que possam encontrar soluções para o segmento.
Ainda assim, essas empresas têm, de alguma maneira, a tecnologia como aliada para trazer crescimento acelerado e escalabilidade. “São empresas que têm muita inovação no modelo de negócio ou nos seus produtos e serviços, e são necessárias para o futuro do País”, afirmou Junqueira em entrevista ao Jornal do Comércio.
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Momento de provação
Não é novidade que, nos últimos anos, o Brasil tem passado por uma crise, o que afetou o panorama de evolução das EACs no País. Mas esse não é o único fator que influencia o crescimento dessas empresas. Um dos aspectos é também o aumento da concorrência, que torna mais difícil o aumento do alto crescimento persistente.
Além disso, o ambiente no qual essas empresas se inserem também prejudica ou auxilia seu desenvolvimento: segundo a Endeavor, é possível perceber que as regiões Nordeste e Norte têm uma probabilidade estatisticamente inferior de possuírem empresas nos grupos de maior alto crescimento, principalmente em comparação com a região Sudeste.
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Como a crise do coronavírus afetou o mercado das empresas de alto crescimento?
O que temos visto na pandemia da Covid-19 é que, mesmo a economia tendo sofrido forte revés, alguns setores (e EACs dentro deles) têm conseguido se sustentar e até mesmo crescer no cenário em que estamos vivendo.
Entretanto, a palavra de ordem para que algumas scale-ups tenham conseguido ter êxito em meio a esta crise é “adaptação”. Mesmo no caso daquelas que não precisaram mudar totalmente seu modelo de negócio, em geral foi preciso que fizessem adaptações ou criarem alternativas – muitas vezes gratuitas – para ajudar a apoiar os pequenos negócios, ou até mesmo para auxiliar órgãos governamentais na administração de informações.
Nesse sentido, as empresas de alto crescimento têm se mostrado essenciais como geradores de valor para a sociedade. “Em um momento de crise, eles [os empreendedores] têm que entender o que podem fazer para ajudar as empresas que estão enfrentando mais dificuldades”, disse a analisa a diretora geral da Endeavor Brasil em sua entrevista.
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O risco da inovação no Brasil – e por que os empreendedores de EACs sabem lidar melhor com ele
Apostar, correr riscos e sonhar fazem parte da vida de praticamente todo o empreendedor. Infelizmente, isso faz com que muitos se joguem na empreitada sem terem se planejado. Mas, felizmente, o contexto é um pouco mais positivo para empreendedores de scale-ups: os empresários desse tipo de empresa tendem a ser mais estratégicos na hora de escolher quais riscos vão correr com seus negócios.
Segundo dados da Endeavor, 95% dos empreendedores de alto impacto não arriscam perder seus bens, como apartamentos e casas, e 85% se planejaram para dar conta das suas demandas básicas por um ano ou mais antes de empreender.
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As dificuldades de ser uma empresa de alto impacto
Como dissemos, algumas empresas de alto impacto estão conseguindo passar por essa crise. No entanto, em geral, ela trouxe muitos pontos negativos para boa parte da empresas, e só tem agravado alguns pontos que já são costumeiros aos empreendedores, como a falta de capital.
Mesmo com a crescente oferta de recursos para inovação no Brasil que vem ocorrendo nos últimos anos, esse tipo de artifício costuma ser concentrado. Por exemplo, EACs costumam ser empresas mais inovadoras, mais jovens e, assim, acabam tendo menos acesso ao crédito tradicional, pois não possuem as garantias reais exigidas pelos bancos, como um imóvel ou equipamentos.
“Por isso, elas sempre acabam se voltando mais ao capital de risco que, neste momento, secou. Os investidores estão mais focados em salvar as empresas do seu portfólio, e não estão muito abertos para as demais. Muitas dessas scale-ups têm até quatro meses de vida, então, precisam conseguir acessar capital que antes não acessavam, como o crédito em bancos”, finalizou Camilla Junqueira.
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